Tuesday, April 04, 2006

encontros improváveis #3

- ...tô?
- signora maria elissssa?
- sim, quem fala? Aviso já que estou muito cansada.
- Benedetto, di roma e d’ ill mondo. Voglio dire que sou veramente farto de parlare con giornalistas di tutto mondo, per causa della signora embaixatora di portogallo in inglaterra...
- eu estou muito cansada e não sou embaixatriz, sou conselheira cultural, quer dizer, fui! O Freitas tratou de me pôr a mexer e eu que estou tão cansada... mas a que devo a honra?
- frreitass, frreitass uno belo ragazzo, ma perdutto... cambiato à la sinistra, porca miseria... ma per tutto mondo si parla della storia amorosa da signora con ill papa! No lo se piu lo que dire mas a los giornales, televiziones... un vero calvario!
- que estranho... sabe que inventaram outra história parecida, mas com um velho amigo meu, o Jorge, de quem sou conselheira? é que ele vem de uma fase menos boa, de grande desgaste físico e financeiro... eu aconselho-o e ele lê-me uns poemas, depois adormecemos, muito cansados...
- no capisco niente... questa é una storia incompreensibille! E lo peor é que para un ragazzo como io, la signora elissssa va molto benne (belíssima en fotos de 1980)... ma ter la fama e no il proveito... la invito a andare a roma, para consigliera culturalle!
- ai... se não fosse estar tão cansada até qu’ia...

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Saturday, April 01, 2006

encontros improváveis #2

- Sérgio, Sérgio... mas o que lhe passou pela cabeça?
- Fiquei cego com aquele cabr... desculpe, dona Bobone. Sou impulsivo, sabe?
- Pois imagino... mas isso de cuspir nas pessoas, já não se usa. démodé.
- na minha rua sempre fui o maior a cuspir, caral... desculpe dona Bobone: conseguia acertar numa mosca a voar... como vê, sou vedeta desde muito novo, se calhar foi isso, deslumbrei-me.
- a infãncia explica tudo! É tudo uma questão de berço.
- fo...-se, desculpe dona Bobone, era difícil a vida em Taveiro... Hoje não, há o DeBorla, a Radio Popular, etc. onde um gajo pode levar a namorada ou ir gamar. Na altura, não havia nada... só o aterro sanitário. mas eu era feliz, um anjinho! depois fui para a cidade e olhe, caí...
- mas Coimbra é tão simpática e calma...
- qual Coimbra caral... desculpe, dona Bobone. Para o Porto! Aquilo dá cabo de um gajo. Tive de rever e actualizar toda a asneiragem, cuspidagem e aprender a usar correctamente os pitons. Foi muito difícil, porque já não era o maior, tive momentos de querer desistir e voltar para Taveiro, ou para a Académica.
- que horror, que bárbaros, esses celtas...
- é boa gente caral..., desculpe dona Bobone. Ensinam-nos a vencer na vida.
- trogloditas é o que são.
- não sei se tinham estudos para isso. Não posso garantir, dona Bobone.
- ah, ah, ah.... que graça vc. tem. E em Itália, correu tudo bem, não foi?
- mais ou menos. Mas sempre que fazia merd... desculpe dona Bobone, o Fernando Couto conseguia superar-me e a notícia era ele.
- por isso saiu?
- precisava de me actualizar, vim ao Porto fazer um pequeno período de formação e fui para a Bélgica. Acabei por não precisar de aplicar e fui o melhor jogador (eles não jogam um caral... desculpe dona Bobone), mas depois foram buscar o Jorge Costa e começou tudo de novo...

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encontros improváveis #1



e que tal apresentar a Björk ao Dick Cheney?

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